Entrevista a Cecilio Fernández Regojo, ​ ​ “A paixão das Constelações”


Cecilio Fernández Regojo: Honesto, generoso, dedicado e potenciador da excelência nos outros. 

Progredir: Fale-nos um pouco do seu percurso de vida?

Cecilio Fernández Regojo: O meu percurso profissional começou aos 20 anos com uma pequena loja de produtos importados de Inglaterra (Carnaby Street), compatibilizando com o curso de Engenharia Mecânica que acabei com 22 anos. No ano seguinte estive como assistente de Termodinâmica no IST (Instituto Superior Técnico).
 
Depois estive a trabalhar durante 10 anos numa empresa na área de informática onde lancei vários projetos inovadores, assumi a Direção Técnica e fui um dos responsáveis pelo apuramento dos votos das primeiras eleições livres em Portugal, no pós 25 de Abril.
 
Depois destes anos a trabalhar por conta de outrem, comecei a criar e desenvolver empresas em várias áreas que, ou eram inovadoras, ou únicas no mercado em que atuavam: Jogos de Gestão (em parceria com o semanário Expresso), Merchandising para a México 86, Itália 90 e Sport Billy, Fornecedor de Som e Luz para grandes empreendimentos (som geral da Expo 98, Oceanário, Pavilhão Multiusos, Casino de Estoril, Assembleia da República, CGD – salas de espetáculo, Coliseu dos Recreios, Estádios de futebol, etc.), Representante para Portugal da Swatch Telecom, Processamento dados (listagens 100 maiores e PMEs para o Expresso e Diário de Notícias), Bares e discotecas (Loucuras, Zona+, Pérola de Santos,…), Franchising na área Informática, Consultadoria de Empresas, entre outras empresas e atividades.
 
Ao fim de quase 40 anos como empresário em muitas áreas de negócio, decidi encontrar uma nova forma de estar na vida para poder fazer algo que me desse mais prazer, poder ensinar outros a se ajudarem e que me desse mais qualidade de vida.
 
Foi um momento difícil e crucial na minha vida, na medida em que tinha uma família grande (neste momento tenho 5 filhos e 7 netos), mas parecia que era algo imperioso de se fazer: acabei por decidir vender todas as minhas empresas para poder realizar algum capital e libertar-me da pressão do dia a dia e da gestão de cerca de 5 empresas em simultâneo.
 
Não foi uma decisão fácil, mas realizei-a, num período de cerca de 5 anos. Durante todo este período, procurei alternativas de atividades, recuperando paixões da juventude, estudei astrologia, massagem biodinâmica e muitas outras atividades, na procura constante de uma atividade que me pudesse encher a alma e o coração…
Depois de muito procurar, chegaram as constelações…

Progredir: Como chegam as Constelações à sua vida? 

Cecilio Fernández Regojo: Um pouco por acaso, através de uma amiga que conhecia a minha busca, recomendou-me para ir a workshop de Constelações Familiares: foi uma experiência estranha e de grande impacto, principalmente para um engenheiro, racional, com os pés bens assentes na terra e, como todos os homens da minha geração, não sabia o que era chorar ou emocionar-me.
 
Fui escolhido para participar em quase todas as constelações como representante e realmente tive sensações muito díspares, mas não consegui entender nada, apesar de ter perguntado muito.
 
Fiquei com a sensação que “aquilo” não era para mim, pois chorava-se muito e era tudo muito dramático. O que realmente gostei, foi o papel do facilitador, pois era algo que eu sempre fiz na minha vida profissional e familiar.
 
Por razões que só o universo entenderá, pouco tempo depois inscrevi-me no primeiro curso de constelações familiares que houve em Portugal, apesar das minhas resistências a todo o processo. Esse foi o início para conhecer a metodologia e as suas potencialidades.
 
Por sorte, pouco tempo depois, falaram-me que existiam as Constelações Organizacionais: ao princípio não entendi como se poderia aplicar esta metodologia nas empresas, pois não seria possível levar tanto drama e emoção para dentro das organizações, que eu conhecia bem.
 
Acabei por participar na primeira formação de Constelações Organizacionais que se deu na Holanda. Desde o primeiro dia, fiquei apaixonado por esta metodologia e, disse para mim, “é isto que eu quero fazer na vida”.
 
Desde esse dia não parei, formando-me em Constelações Familiares e Organizacionais em várias partes do mundo. Comecei a oferecer workshops no início de 2005, mais tarde formação e participei em vários congressos como palestrante, tendo conseguido ser um dos referentes mundial nas Constelações Organizacionais. Neste momento, trabalho em mais de 25 países, dando formação, workshops e fazendo trabalho em empresas. As formações que dou são Certificadas Internacionalmente, tendo já formado mais de 600 consteladores organizacionais em todo o mundo.

Progredir: Como foi receber o convite para estar presente no primeiro congresso internacional de constelações em Portugal?
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Cecilio Fernández Regojo: Fiquei muito lisonjeado pelo convite da Maria. Já participei em muitos congressos por esse mundo fora, mas este tem um sabor muito especial, não só por ser um “voltar a casa”, mas também, pela excelência da organização e por juntar um número muito interessante de palestrantes de referência internacional, nas várias áreas das constelações.

Progredir: Que impacto na sua opinião irá ter esta iniciativa no contexto das constelações em Portugal?

Cecilio Fernández Regojo: Penso que haverá um antes congresso (AC) e um depois congresso (DC). Sou dos inícios das constelações em Portugal e precisei começar a trabalhar no estrangeiro para poder expandir a minha atividade. O crescimento em Portugal tem sido bastante modesto, embora não se poderia pedir mais num país pequeno, com uma metodologia inovadora e muito recente. Penso que o congresso dará um grande impulso às constelações em Portugal, principalmente pela abertura ao grande público e pela apresentação das várias áreas por onde as constelações se estão a desenvolver e aplicar internacionalmente.​

Progredir: O tema deste mês da Revista Progredir é “Missão”. Na sua opinião o desenvolvimento do trabalho com as constelações pode ser visto como uma missão?

Cecilio Fernández Regojo: É difícil responder a esta pergunta, pois penso que a palavra “Missão” diz mais respeito a trabalho desenvolvido por cada um e, não propriamente, ao desenvolvimento do trabalho em geral. A “Missão” também às vezes é uma palavra demasiado grande e muitos procuram a sua missão na vida.
 
Pessoalmente penso que cada um de nós tem várias missões na vida, que vão evoluindo com o desenvolvimento de cada um. A principal missão de cada um é encontrar, em cada momento e em cada fase da vida, o que nos faça feliz, o que nos dê prazer e possa ser um bom contributo para a sociedade.
 
Por mim, penso que já tive várias missões que têm evoluído, desde o trabalhar em empresas, a atividade como empresário e agora nas Constelações Organizacionais. No futuro, certamente outras missões chegarão para continuar evoluindo, para contribuir para a sociedade e para crescimento e satisfação pessoal.

Progredir: Uma mensagem para os nossos leitores?

Cecilio Fernández Regojo: Sejam autênticos, vivam o presente e lembrem-se que a vida é maravilhosa. Tentemos viver cada dia como se fosse o último da nossa vida e o primeiro da nossa grande vida. Muitos de nós crescemos com a crença que a vida é difícil e só com árduo trabalho se consegue o êxito, mas talvez seja só uma crença… e talvez seja possível ter uma vida fácil com êxito e satisfação… talvez o segredo seja seguir a nossa intuição e tentar pensar menos, confiando no que o Universo tem reservado para nós… não custa tentar…


Cecilio Fernández Regojo
Congresso Internacional de Constelações: www.congressoconstelacoes.pt

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